Saturday, February 24, 2007

Nervuras de mármore e beijos frios


Havia nervuras de mármore
num corpo esculpido,
antigo.
Quando o bico dos pássaros,
o penetrou,
num eco contudente,
de lábios feridos.
Acordaram as freiras,
num mosteiro distante,
e os rosários,
foram histórias desfolhadas,
pela noite fora.
Sem que em ninguém presente,
houvesse a obliquidade,
de estancar o desenrolar,
de uma corrente sem sentido.
Houve beijos frios,
num pingo de sangue derramado,
em pés de estátua branca e despida,
E, talvez, amanhã,
já ninguém se lembre.

1 comment:

jasmim said...

Há quem chore por as rosas terem espinhos, quem sorria por saber que acima dos espinhos há rosas.