Breve sopro,
leve brisa,
no meu ombro poisou,
pássaro de passagem,
ou mão,
que logo abalou.
Voltei-me,
e nada vi.
Só a paisagem certa e eterna,
imutável através dos anos,
que esculpem em mim,
outra estátua.
Nesta alma sem destino,
neste corpo sem razão,
o passo fica suspenso,
perante,
a cratera do amanhã,
profundeza abissal.
De flores e sementes,
rosas tão carentes,
esperam o pronúncio,
de uma presença,
desfolhando,
em cada pétala cerrada,
meu líquido,
de encanto branco.
2 comments:
gosto deste, muito bonito, envolto em mistério
A carência é notada com a recíprocidade não acompanha o nosso ser!... Pinhal Dias - Amora - Portugal
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