Saturday, February 24, 2007

Levemente


Breve sopro,
leve brisa,
no meu ombro poisou,
pássaro de passagem,
ou mão,
que logo abalou.
Voltei-me,
e nada vi.
Só a paisagem certa e eterna,
imutável através dos anos,
que esculpem em mim,
outra estátua.

Nesta alma sem destino,
neste corpo sem razão,
o passo fica suspenso,
perante,
a cratera do amanhã,
profundeza abissal.
De flores e sementes,
rosas tão carentes,
esperam o pronúncio,
de uma presença,
desfolhando,
em cada pétala cerrada,
meu líquido,
de encanto branco.

2 comments:

jasmim said...

gosto deste, muito bonito, envolto em mistério

Pinhal Dias said...

A carência é notada com a recíprocidade não acompanha o nosso ser!... Pinhal Dias - Amora - Portugal