Wednesday, July 18, 2007

Amendoeira

Amendoeira em flor
No tornear do seu tronco
A seda se entralaça
E me embaraça
Na beleza
Do seu
Encantamento branco
São encantos
São doçuras
São enfim
A delicia de um olhar
Par quem o tem
Mas fragmentado
Logo ele
Todo se aglutina
Par observar
Esta soberba
Maravilha natural.

Ambição


Cristalização do meu ser
Para que dele surja o cristal
De forma perfeita
E quimica complexa
A alma em mineral
Pedra dura
contendo os gritos
Que em mim calo
Dar à minha alma
Vida e cor
Para ser tangente
Ao meu eu ideal
Mas a pedra
Continua por lapidar
Os versos por retocar
E tudo por dizer
No dorido verbo amar
Soltar a caneta
Para que no branco do papel
Outra palavras mais bonitas
Eu escreva
Já nem sei quem sou
Perdi-me no caminho
Na busca
Para onde vou...

Monday, July 16, 2007

O Estorvo

Um estorvo me condiciona,
Num esforço total,
De maré vazia.
Acordo,
Com as pálpebras invertidas,
Que prendeu a minha alma,
A este asterico.
Nunca mais se faz dia!
A noite corrompe-me os sentidos,
E torna urgente a mágoa,
Nestas palavras silibadas,
A quem alguém,
Uma vez chamou,
Bem ou mal,
Poesia.
São necessários estes sons,
Que me perpetuam a voz,
Num código genético,
Fugido ao ser,
Que não me nasce no ventre.
Vou e venho,
Neste quarto em labirinto,
Tropeçando,
Nos meus próprios silêncios.
A luz da manhã,
Penetar-me a íris,
Acordo,
Numa predição
De mão estendida.
Quero dizer que estou aqui,
Mas ninguém me ouve,
Se calhar porque não estou
Já me ausentei noutros mares
Tão distantes,
Mas tão perto do sonho.