Monday, February 26, 2007

Talking

Let me get into your world
where the iris of the eyes are clear
like crystalline water
and the mirrors,
only show
bright shadows.
For once,
tell me all the truth
and my mistake
will be gorgiven
no more forbidden words,
or gestures
that never came.
Let`s subdue
to the mystery of the faith
a trace is not enough
to life
becames what it must be
a kiss tells more,
then all the words.

Desejo

Põe o teu corpo,
ao alcance da minha mão
para que o encanta da minha alma,
te seduza
e o saber de mim
te ensine
os labirintos dos meus rios.
Vou nesta onda
em que percorres o meu espaço
nesta densidade
de seres o meu tempo
Nesta luminosidade
em que acalmas o meu momento.
A luz que brilha nos teus olhos
brinca quando se acende
e tu dás-me a mão
quando a luz se apaga.
No meio de tanta gente
eu encontrei este vôo de pássaro
que me liberta e me persegue
na penumbra
desses corpos entregues
a si próprios.

Onde nascem os rios

Fomos de pés descalços
pelas ribanceiras,
fomos ver
onde terminavam os rios.
Quando demos por nós,
nasciam no lado contrário à foz.
Fomos devagar,
devagarinho,
para não acordar os anjos
do seu sono profundo.
Fomos ver o fim das coisas,
para descobrir:
que elas não acabam.
Anda ver o mar,
na sua beleza derramada,
nesta ternura sincera
de um amor que pode acontecer.
Fomos
para não nos perdermos,
E só nos encontrámos
quando o vento acabou.
Eu quero ir encher a retina do olhar,
de cores deslumbrantes,
de um Inverno todo desaguado,
de um Verão em desatino.
Os corpos rolam na areia,
até encontrarem a água salgada,
ou então:
alguém pronunciar
o local onde começam os rios.
Fomos
de olhos rasgados,
em busca da profundidade da noite.
Parámos pelo caminho,
num banco de jardim
quando acordámos
já era manhã
e nos corpos
deixara de correr
o sangue dos vampiros.
Desembanhiei a minha espada
do cinto de metal
e gritei.

Saturday, February 24, 2007

O reino dos deuses

O reino dos deuses,
protegendo-nos no silêncio
de todo o mal.
Esculpindo em nossos rostos:
Força,
que o nosso espírito não sente.
Partimos de mundo em mundo,
em busca,
do princípio das coisas,
para descobrirmos,
que afinal estávamos sós,
vergados pelo peso da existência.
Vislumbrar no meio de tanta confusão,
o caos rodeando os caminhos,
a substância que se fez,
matéria,
em nosso corpo,
sentimento,
em nossa alma.
Poder acreditar na mão divina,
suspendedo-nos o passo,
ante o perigo,
mas quando nos voltamos,
só ficou o pó,
em que o tempo nos transforma.

Levemente


Breve sopro,
leve brisa,
no meu ombro poisou,
pássaro de passagem,
ou mão,
que logo abalou.
Voltei-me,
e nada vi.
Só a paisagem certa e eterna,
imutável através dos anos,
que esculpem em mim,
outra estátua.

Nesta alma sem destino,
neste corpo sem razão,
o passo fica suspenso,
perante,
a cratera do amanhã,
profundeza abissal.
De flores e sementes,
rosas tão carentes,
esperam o pronúncio,
de uma presença,
desfolhando,
em cada pétala cerrada,
meu líquido,
de encanto branco.

Nervuras de mármore e beijos frios


Havia nervuras de mármore
num corpo esculpido,
antigo.
Quando o bico dos pássaros,
o penetrou,
num eco contudente,
de lábios feridos.
Acordaram as freiras,
num mosteiro distante,
e os rosários,
foram histórias desfolhadas,
pela noite fora.
Sem que em ninguém presente,
houvesse a obliquidade,
de estancar o desenrolar,
de uma corrente sem sentido.
Houve beijos frios,
num pingo de sangue derramado,
em pés de estátua branca e despida,
E, talvez, amanhã,
já ninguém se lembre.

Som primordial


Houve um som primeiro,
que o acaso,
e a necessidade fabricaram.
dando poder ao homem,
de se mostrar no que diz,
de se esconder no que se cala.
Dessa cena primitiva,
de acontecimento fulcral,
emana tudo aquilo,
que o branco do silêncio,
não é capaz de exprimir.
Da força de uma palavra,
pode surgir
o que nem todo o tempo produz:
uma rendição ao outro.
Da palavra certa,
Pode nascer o encontro.